Praça Pombalina

Praça de cariz arquitetónico pombalino foi mandada construir pelo tesoureiro real e primeiro morgado de Sobral de Monte Agraço Joaquim Inácio da Cruz em 1771, com o intuito de promover o desenvolvimento da indústria (dos chapéus e do algodão) e do comércio da vila e de fixar população. A ele se ficou ainda a dever o calcetamento deste rossio e a sua iluminação, com lampiões de vidro.

Sob direção do arquiteto Reinaldo dos Santos, nesta praça foram construídos os edifícios mais importantes da vila – a Casa da Câmara e a Cadeia, a Igreja Matriz, o Chafariz, a Casa do Senhorio e dos Condes de Sobral, o Pelourinho (destruído durante a proclamação da I República), o Celeiro comum e, posteriormente, o Coreto.

As alterações à toponímia deste lugar refletem as transformações sociais, comerciais e políticas da própria comunidade. Primeiro designada de Praça Pública passou a chamar-se Praça da Restauração, quando a sede do concelho de Arruda dos Vinhos, que havia anexado o de Sobral de Monte Agraço, foi transferida para esta vila.

Mais de uma década depois foi denominada Praça do Comércio, por ser um espaço de trocas comerciais por excelência. Aqui se realizaram o mercado semanal e mensal e estavam estabelecidas a maioria das casas de pasto, lojas de latoaria e cutelaria, mercearia e barbeiro. Por aqui se cruzavam comerciantes e compradores, plebe e fidalguia.

No início do século XX foi renomeada Praça Dr. Eugénio Dias, em homenagem a este médico e republicano sobralense.

Palco de movimentos de luta, manifestações e comemorações, assistiu, entre outros acontecimentos, ao combate de Sobral, ocorrido entre o exército de Napoleão e o exército aliado no decurso da terceira invasão francesa a Portugal.

Assistiu também às restaurações do concelho, durante o final do século XIX, à profanação da Igreja Matriz, à implantação da República e aos discursos de congratulação com o Movimento das Forças Armadas do primeiro de Maio de 1974.

Entre os anos 60 e 80 continuou a assumir-se como centro social, com os cafés mais frequentados da vila e cenário privilegiado das festas anuais de Sobral de Monte Agraço.

MORADA
  • Praça Doutor Eugénio Dias | 2590- 016 Sobral de Monte Agraço

Câmara Municipal

O edifício da Câmara Municipal situa-se entre a rua 10 de Fevereiro e a rua do Município e foi mandado construir por Joaquim Inácio da Cruz para aí se instalar a Casa da Câmara e Cadeia. Originariamente tinha ainda uma sala para audiências.

Decorridos três anos de obras, o primeiro Senhor e Morgado de Sobral de Monte Agraço determinou que fosse aplicada na frontaria da casa uma placa que faz menção à mercê que o senhorio honorífico da vila de Sobral recebeu do rei D. José I e à construção do referido edifício. Sobre esta placa, mandou fixar a sua pedra de Armas, na qual se observam as cinco estrelas de seis pontas, postas em cruz, bordadura de todo o escudo com a divisa latina “Nomen honorque meis” (Em meu nome e por minha honra) e no timbre está um lebréu. O cão coleirado, com uma chave na boca significava o reconhecimento da fidelidade de Joaquim Inácio da Cruz na guarda das “chaves” do tesouro da Coroa.

No final do século XIX, o edifício sofreu obras de remodelação, sendo-lhe acrescentado mais um piso. Nos anos 90 recebeu outra intervenção com vista à sua ampliação e passa a integrar um antigo lagar de vinho e adega, um auditório e uma galeria de arte.

MORADA
  • Praça Doutor Eugénio Dias, n.º 4 | 2590- 016 Sobral de Monte Agraço

Chafariz

O chafariz pombalino foi mandando construir pelo primeiro morgado de Sobral, Joaquim Inácio da Cruz, em 1776, com vista a abastecer a vila com água.

A obra de transporte de água para a vila demorou cerca de seis anos a ser concluída, sendo utilizadas para o efeito quatrocentas manilhas. Foi edificado em pedra mármore, com uma pia grande com duas bicas e dois tanques laterais.

A pia era utilizada pela população que ali recolhia a água para os usos domésticos, já os tanques laterais eram usados para dar de beber aos animais de trabalho e transporte (mulas, burros, cavalos e bois).

MORADA
  • Praça Doutor Eugénio Dias | 2590- 016 Sobral de Monte Agraço

Casa dos Condes de Sobral

Casa setecentista, propriedade da família Sobral – outrora condes de Sobral – foi mandada construir pelo primeiro morgado, Joaquim Inácio da Cruz, para sua residência.

De família burguesa, comerciante, nobilizou-se sob proteção do Marques de Pombal. Os seus irmãos e sobrinhos ocuparam importantes cargos públicos, sendo-lhes atribuídos vários títulos como o de Cavaleiros da Ordem de Cristo, Barões, Viscondes e Condes de Sobral.

O edifício era composto pela casa principal, cavalariças, jardins e pomares. Durante as invasões escapou ileso à pilhagem e devastação praticada pelas tropas francesas que, na vila de Sobral e arredores, roubaram, queimaram e vandalizaram diversas casas. Conta-se que a casa terá sido poupada pelo facto do conde de Sobral, Hermano Braamcamp de Almeida Castelo Branco, estar casado com Louise de Narbonne-Lara, filha de Louis Marie Amalric, ajudante de campo de Napoleão Bonaparte.

MORADA
  • Praça Doutor Eugénio Dias | 2590- 016 Sobral de Monte Agraço

Praça da República

Anteriormente designada de Praça D. Luís foi renomeada como Praça da República após a implantação deste regime em Portugal. Nela está localizada a casa de França Borges, um edifício cuja arquitetura se integra na traça pombalina do centro histórico. Nesta casa residiu, parte da sua vida, António França Borges, que ficou conhecido por ser um dos maiores defensores das ideias republicanas e um dos mais populares jornalistas de combate.

MORADA
  • Praça da República | 2590- 045 Sobral de Monte Agraço

Busto Dr. Eugénio Dias

Em 1909 foi erguido o busto do Dr. Eugénio Dias, em homenagem a este médico e republicano que ficou conhecido pelas suas qualidades profissionais, humanas e morais.

O busto foi construído graças à subscrição pública levada a cabo para o efeito, em reconhecimento da generosidade deste médico pelos seus conterrâneos.

MORADA
  • Praça Dr. Eugénio Dias | 2590- 016 Sobral de Monte Agraço

Moinho de Vento

O moinho de vento de Sobral apresenta alguns engenhos tradicionais que se constituíram em autênticas tecnologias revolucionárias para a sua época. Localizado sobranceiro à vila, este moinho de tipo mediterrâneo, tem uma vista privilegiada para as serras do Socorro e Montejunto.

Apresenta todo o mecanismo de moagem original em bom estado de conservação e, mediante marcação, leve as suas crianças a observarem o seu funcionamento. As explicações do próprio moleiro ajudam a compreender a utilidade destas construções, a que a paisagem do oeste nos habitou, e a capacidade de captar e converter a energia eólica noutro tipo de energia apropriada para movimentar outros mecanismos.